terça-feira, 9 de abril de 2013

Filme o Hobbit



Obra do universo Tolkien, O Hobbit leva dois tipos de público ao cinema: os fãs dos livros e os fãs dos filmes. Os que leram, esperam uma boa adaptação da história e se perguntam o porquê de ser feita em uma trilogia. Os fãs dos filmes esperam ver uma aventura tão épica quanto O Senhor dos Anéis. Entre eles, quem busca a segunda opção se dá melhor.
O longa conta a história de Bilbo Bolseiro, um hobbit que deixa sua vida tranquila no Condado quando recebe de Gandalf o convite para uma aventura. Juntando-se a 13 anões, a missão é  retomar a Montanha Solitária, que um dia pertenceu a eles e agor éa habitada por um dragão. Mas isso é assunto só para o terceiro filme. Enquanto isso, a prioridade é sobreviver na jornada. Lutando contra Trolls, Orcs e Goblins, o grupo conta com a ajuda de Gandalf e de outras criaturas da Terra Média para conseguir seguir em frente.
Em muitos momentos, é possível matar a saudade de O Senhor dos Anéis. Em uma boa sacada dos roteiristas, O Hobbit se inicia em uma cena de A Sociedade do Anel, um dia antes da festa de despedida de Bilbo. Alguns personagens reaparecem: Gandalf, os elfos Galadriel e Elrond, além do sensacional Sméagol. É impossível dizer se a criatura é tão cativante devido à obra de ótimos efeitos visuais ou dá excelente atuação de Andry Serkis.  O fato é que, mais uma vez, o “vilão” acaba caindo nas graças do publico.
O esforço de Peter Jackson para estender a história a uma trilogia é grande. Além de detalhar cenas que poderiam facilmente serem cortadas, há a introdução de diversas histórias que sequer são citadas nos livros. Apesar de algumas serem interessantes, são totalmente dispensáveis. Este é o principal fator negativo do filme (principalmente quando você já conhece a história), já que a promessa é de que a jornada será longa. Muito longa.
Se por um lado o roteiro é cansativo, todo o lado bom vai para a qualidade de efeitos visuais. O principal, é claro, vem da novidade na filmagem com 48 quadros por segundo. Por mais que os mais conservadores possam estranhar o modo como as cenas são exibidas, os detalhes na imagem são impressionantes. Em partes da história como brigas entre gigantes de pedra e fugas dentro de montanhas, os efeitos  fazem o público se sentir dentro delas.
A intenção é clara: criar uma trilogia tão épica quanto O Senhor dos Anéis. Desnecessário. Mas Peter Jackson sabe o que faz, e usou diversos outros elementos para te prender na cadeira do cinema. Com paciência, é possível aguentar os 169 minutos e aproveitar a excelente produção que envolve o O Hobbit.